FOGO LENTO

Foi da vontade de investigar as camadas de histórias dos hábitos culinários do dia-a-dia que surgiu este espectáculo. Há um jantar para ser preparado, há uma mulher italiana e um homem português, há uma mesa e há conceitos como identidade ou tradição que precisam de ser descascados e cozinhados em lume brando para se apurar o seu sentido.

​

Heráclito dizia que é junto do “fogo do lar”, onde a família prepara as refeições, que moram os deuses. R.Barthes dizia que a comida é em todos os lugares e todos os tempo um ato social, carregada de significados sociais, culturais e simbólicos. Na confecção de uma refeição, conseguimos ler as camadas de história duma família, dum grupo, duma nação. Lemos as múltiplas contaminações e encontros que nos tornaram o que somos.

Viajamos entre o íntimo e o universal para perceber como os alimentos mais quotidianos carregam em si imensas camadas de história. Debruçamos nos sobre as transformações que os hábitos culinários subiram no curso dos séculos e como isto pode afetar a nossa maneira de viver e de ver o outro.
Neste trabalho, uma pesquisa histórica da origem dos alimentos cruza-se com a experiencia do encontro com cozinheiros e amantes da cozinha do Porto e do Minho. Surgiu um trabalho performatívo, em que a preparação duma refeição è ocasião para refletir sobre as dinâmicas de poder a nivel macro e micro, que a cozinha esconde.

​

​

Práticas de mediação e participação da comunidade:

​

O projecto foi desenvolvido graças a uma relação estreita com a comunidade da região portuguesa: Minho. Durante a criação, a equipa partilhou refeições com diferentes famílias da região, criando intimidade e trocando pratos e tradições à volta da mesa.
O espectáculo em si tem um carácter participativo e convida os espectadores a ajudar os artistas na preparação de uma refeição que é consumida no final pelo público e pelos artistas.

​

Link vídeo teaser

​